Realizei os meus dois estágios em organismos dependentes do estado. O primeiro no IPJ de Portalegre e o segundo no Centro de Artes do Espectáculo de Portalegre. Sempre fui bem recebida e acarinhada por todos, mas o certo é que nunca fui incentivada a trabalhar mais e melhor, e que no fim das contas feitas estes dois estágios serviram apenas para cumprir calendário.
Isto porquê?
Acho que a função pública sofre de estagnação profunda e quase irreversível. Esta paragem no tempo não é propícia à instalação de novas ideias, e no seio disso à percepção de que a área da comunicação pode ser vital para o bom funcionamento interno e externo das instituições.
O que quero dizer com isto é que ao fim de um mês numa empresa privada, onde somos pressionados a produzir, a inovar a fazer mais e melhor a cada dia que passa pois disso depende o sucesso da empresa e daí o meu local de trabalho, aprendi mais do que nos meses em que se arrastaram os dois estágios que realizei.
Muitas vezes me acusaram de não me mexer, de não ter espírito de iniciativa e de só me queixar e não tentar inovar enquanto estava nesses locais.
Mas tenho a certeza que o funcionamento interno destes, as suas rotinas de trabalho demasiado burocratizadas, os lugares cativos de certos trabalhadores faz com que o esforço de trabalho seja o mínimo possível e não vale a pena passar por cima desse ritmo, só nos traz problemas.
O que quero frisar aqui, é que se fosse hoje teria feito um esforço para conseguir realizar os estágios em empresas privadas e que comprovadamente tivessem um gabinete de comunicação ou pelo menos alguém vocacionado para essa área, porque isso é uma garantia de que pelo menos, podem ver alguém a trabalhar e aprender observando!
Um abraço para todo o pessoal*
Ângela Mendes